VII. A Vida Rural

Villa RomanaA villa era o símbolo da organização romana do mundo rural, embora existissem outras formas de povoamento agrário mais modestas e com menos impacte na paisagem.

A villa constituía o lugar de representação e prestígio, combinando o otium, ócio, do proprietário e da sua família e a vertente produtiva, agropecuária, orientada para a autossuficiência e para a comercialização dos excedentes.

A residência senhorial, construída segundo um modelo arquitetónico específico, apresentava um programa decorativo variado, de pavimentos de mosaicos, estuques pintados, baixos-relevos e esculturas.

Num complexo residencial de grande dimensão viviam, temporária ou permanentemente, várias dezenas de pessoas, que mantinham algum tipo de laço de dependência com o proprietário, dominus.

Espécie de «cidade no campo», a villa fazia parte do ideário de vida do cidadão romano. As villae localizavam-se nas imediações das vias mais relevantes e em redor das cidades, preferencialmente em belas paisagens, nas terras mais férteis, junto aos cursos de água ou do mar, ou em zonas de bons recursos naturais. Para os proprietários, a escolha do sítio era fundamental, implicando a prática de rituais que buscavam o favor dos espíritos do lugar.


No catálogo pode ficar a conhecer mais sobre este tema através do artigo:

  • “As villae como testemunho emblemático do mundo rural romano” de Francisco Germán Rodríguez Martín e António Carvalho.
Fragmento de estuque parietal decorativo
Fragmento de estuque parietal decorativo
Villa Romana da Casa de Medusa, Alter do Chão, Portalegre
Século IV (?)
8,4 × 10,6 × 2,1 cm
Centro Interpretativo da Casa de Medusa, Alter do Chão, Portalegre
EAAC 98